Por Raquel Rocha
Entrevista com Guido Lima, Artista Plástico, Cenógrafo, Figurinista e Agricultor. Guido nasceu em Salvador mas hoje vive em Ilhéus, na Bahia.
Guido Lima se construiu artista com muita
seriedade, fez diversos cursos de desenho e pintura, dentre eles o Curso Livre
da Escola de belas Artes da UFBA, Desenho Mecânico, Desenho Industrial, Licenciatura
em Desenho e Plástica na UFBA com complementação em Arquitetura. Trabalhou com
projetos arquitetônicos e de decoração.
Como cenógrafo e figurinista fez
trabalhos para o teatro e televisão, o que o levou a se tornar também
roteirista e diretor teatral. Guido passou pelo IRDEB, onde dirigiu e produziu
diversos programas de rádio. Foi professor de desenho e integração artística. Com
o Grupo Experimental de Dança da Bahia teve a oportunidade de trabalhar em
diversos espetáculos de dança e teatro. Guido participou da 1ª Bienal Latino
Americana e ganhou diversos Prêmios assim como 2 Martin Gonçalves, SNT entre
outros.
Por 10 anos dirigiu o Grupo de Teatro de Bonecos ¨Puxa
Vida¨, onde pode agregar diversos artista das mais diversas áreas produzindo
espetáculos em mais de 1000 escolas, festivais e cidades da Bahia e do Brasil.
Versátil, Guido também dirigiu
programas campeões de audiência para a TV Aratu (Rede Globo Bahia) no final dos
anos 70.
Como
as Artes Plásticas surgiram na sua vida?
Através das oportunidades e o talento para o
desenho desde os primeiros anos de escola.. O aprendizado na marcenaria e na
pintura a óleo foi em 1969 quando fiz a minha primeira exposição em Salvado,
Bahia na Galeria L`Dome. De lá para cá tenho trabalhado sempre e expondo em
vária galerias por todo Brasil.
Quais foram suas principais
influências?
No começo foram artistas baianos como: Carlos
Bastos e Carybé, depois os surrealistas da Europa e artistas americanos de arte
moderna.
Quais as maiores dificuldades enfrentadas na sua carreira?
Sem educação nenhum lugar do mundo oferece mercado
para as artes. As pessoas aqui não tem cultura e nem informação para frequentar
galerias, teatros, bibliotecas e demais espaços culturais. Por isso é muito
pequeno o público para e apreciar as artes.
Quais as maiores vitórias?
A maior vitória de um artista é produzir arte. No
meu caso estou sempre produzindo e levando o meu trabalho para o apreciador.
Infelizmente aqui no Brasil e principalmente na
Bahia, o mercado é muito pequeno e por isso as oportunidades também são
reduzidas. Aqui na cidade de Ilhéus e Região, onde as políticas e seus
governantes não tem o preparo necessário para fazer acontecer nada. São pessoas
sem formação, limitadas e sem experiências para tudo, principalmente para a
arte. O Brasil na era PT, com a valorização da ignorância, só fez piorar a
qualidade da cultura. Verbas que seriam destinadas para essa área só
patrocinava os escolhidos do partido, deixando de fora todos os outros.
O
que faria de novo e o que não faria na sua carreira?
Tudo que fiz na minha vida foi importante e
prazeroso. As minhas experiências e meu trabalho me fez um ser humano muito melhor,
mesmo nessas circunstâncias. Pude passar para meus filhos o conhecimento e a
cultura. Me sinto feliz e acho que tenho contribui do para a arte, mesmo para
um país sem memória, tudo que criei de uma forma ou de outra vive nos atuais
movimentos artísticos e culturais da Bahia e do Brasil.
Como
seria viver sem sua arte?
Sem a arte o mundo seria mudo, parado e escuro. A
arte tá em nossas vidas, em nossas almas.Tudo que se vê, se ouve e se movimenta
vem da arte. Num super mercado, na televisão, nas ruas e nos olhares, tudo e
arte. Temos a arte na educação, na religião, nos bares e em todos os lugares.
somos todos arte, respiramos arte e não poderíamos viver sem ARTE
Nenhum comentário:
Postar um comentário